CBF isola Piauí do futebol nacional

14/04/2011 19:19

Os times do Piauí estão proibidos de participar de qualquer competição nacional e até mesmo de contratar jogadores de outros Estados. Isso, a três dias do início do Piauiense-2011.

Além de registrar um lucro líquido de R$ 83 milhões, valor recorde na história da entidade, a assembleia geral da CBF, quarta-feira, serviu para afastar de seus quadros a Federação de Futebol do Piauí.

A medida, segundo a confederação, tem "caráter preventivo" até que seja regularizada a eleição ocorrida em dezembro para o novo mandato da entidade nordestina.

O atual presidente, Cesarino Oliveira, assumiu o cargo após acionar a Justiça Comum --situação considerada ilegal de acordo com os estatutos da CBF e da Fifa.

Ele perdeu o pleito por um voto para Joaquim Lula Ferreira, que já estava no poder havia 18 anos e é genro de Alfredo Nunes, vice-presidente em parte da Era Ricardo Teixeira.

"Lula não podia ser candidato. Como a junta eleitoral não aceitou nosso pedido, e a Justiça Desportiva local alegou incompetência para julgar o caso, recorremos ao Judiciário", diz Oliveira.

Responsável pela decisão liminar, o juiz Orlando Martins Pinheiro acatou as acusações de que o cartola estava inadimplente com a prestação de contas dos exercícios 2008, 2009 e 2010, além de contribuições ao INSS.

"Fui empossado em 10 de janeiro, mas, no mesmo dia, a CBF parou de mandar o repasse mensal que envia regularmente a todas as federações", acrescenta Oliveira, para quem há motivação política por trás da história.

Piauí foi o único Estado ausente na assembleia geral em que as outras 26 federações concordaram por unanimidade com a punição.

Enquanto o cartola novato reclama de não ter tido nem direito de defesa, a CBF informa que não poderia convidar uma entidade que não está devidamente constituída.

O caso, completa, deveria ter passado antes pelo STJD.

GESTÃO ANTERIOR MINIMIZA SITUAÇÃO

Advogado do ex-presidente, Daniel Gomes diz que ele está incomunicável. Põe a culpa nas demais federações e critica o TJ local, que não responde há 70 dias mandado de segurança movido por ele para recolocar Joaquim Lula Ferreira na função.